O Poder da Roda da Vida

A vida é mesmo uma roda que se mantém em movimento permanente, e ainda bem, é sinal que estamos, nós também, em movimento, de preferência rumo aquilo que mais desejamos.

Agora imagina uma roda, redondinha, perfeitinha, com um tamanho adequado e que faz todos os caminhos de uma forma tranquila! É seguro, confortável, ameno, aprazível. Isto seria a vida. Assim, deveria ser a vida, não é verdade?

Agora vamos até aquele sítio chamado realidade.

Imagina a tua roda com 4 eixos, em equilíbrio dinâmico em que cada extremo desses eixos representa uma das áreas da tua vida (maior ou menor) sobre a qual tu tens por hábito reflectir, por exemplo;

  • Saúde
  • Carreira
  • Finanças
  • Família
  • Realização Pessoal
  • Vida Social
  • Lazer
  • Contribuição Social

Já não parece assim tão redondinha, pois não?

Esta poderia ser a tua Roda da Vida. E o que é afinal a roda da vida?

Na verdade, a roda da vida é uma ferramenta usada na reflexão e autoconhecimento, quando procuras entender as áreas da tua vida que são mais importantes para ti e qual o teu grau de satisfação relativamente a cada uma delas. É também, por excelência, uma ferramenta que te obriga a entrar em acção, colocar em movimento, ou não fosse uma roda.

O grau de satisfação representado na roda é medido de uma forma quantitativa em que dás uma classificação de 1 a 10 consoante estás pouco ou muito satisfeito nessa área.

Em primeiro lugar tens de ser capaz de identificar quais as tuas áreas, aquelas em que pensas mais nesta fase da tua vida. Aqui tens 8 áreas como exemplo, mas podes considerar apenas 6 ou ir mais longe e teres 10 ou 12; a partir daqui já é um labirinto no qual não te vais querer enredar.

Quando faço esta análise, confesso que as 8 áreas mais genéricas que apresentei acima são suficientes para debruçar-me sobre os diversos aspectos da minha vida que considero mais relevantes, permitindo-me por outro lado não me perder demasiado especificando áreas que podem estar incluídas nas outras.

Existem vários exemplos e vários estudos e os mais completos identificam as seguintes áreas, divididas em 4 grupos principais:

Depois de decidires quantas e quais as áreas que vais analisar transporta-as para a roda da vida. Encontras várias versões na Internet ou podes simplesmente usar a que fiz especialmente para ti e que, se considerares adequado, podes livremente descarregar o pdf através deste link:
roda_da_vida

Senão, tens sempre a hipótese de fazer uma mais original e criativa, que se adapte ao teu estado de espírito actual.

E agora é preciso concentração, tira uns minutos (pelo menos 30m se esta for a primeira vez que estás a fazer) e acima de tudo é preciso sinceridade. Sê verdadeiro em cada resposta que dás, e procura ser justo com a tua realidade, nem sempre ser demasiado exigente é a melhor forma de chegares ao conhecimento da tua realidade.

Sê gentil contigo próprio. Muitas das vezes nós somos os maiores críticos de nós próprios.

Escolhe uma área para começar, se calhar começas pela que te parece mais fácil (nem sempre o que parece é 😊), avalia o teu grau de satisfação e pensa um pouco antes de atribuíres uma nota. Existe alguma situação particular pela qual estás a passar neste momento (boa ou menos boa); é uma área sobre a qual nem sequer gostas de falar (quanto mais pensar); achas que o “universo” tem sido injusto contigo nesta área; trazes algum trauma de infância ou crença limitadora relativamente a este assunto que te impede de ultrapassar e ser feliz; as tuas recordações mais antigas sobre esta área fazem-te sorrir e brilhar? Qual o maior desafio que conquistaste nessa área nos últimos meses? E foi superado? Foi uma vitória, ou nem por isso e sentes que terás de trabalhar mais nesse assunto?

Vamos classificar.

  • Se achas que não estás satisfeito, estás até infeliz e zangado com o que está neste momento a acontecer na tua vida, ou mesmo com a forma como estás a resolver alguns assuntos nessa área, atribui uma nota entre 0 e 3.
  • Se estás insatisfeito, mas …. A vida pode ir andando mesmo manca, que ninguém morre por isso. Podes continuar, apesar se saberes que podes melhorar, dá uma nota entre 4 e 6. A insatisfação até pode existir, mas é suportável.
  • A pairar em satisfação. Que bela seria a vida se todas as nossas áreas estivessem com uma pontuação assim! Se é isso que achas, que realmente tudo corre sobre rodas (mas rodas bem redondinhas) e que podes continuar assim pelos próximos meses. Conseguiste alcançar mais ou menos o que te propuseste e sentes-te realizado, então deverás atribuir uma nota entre 7 e 10.

Podes representar esta classificação de duas formas diferentes.

Ou atribuis a classificação e colocas o ponto no número correspondente e depois unes os vários pontos (e tens uma roda dentada), ou então pintas os gomos da área analisada até ao número com que a classificaste e tens uma roda pintada em patamares. Esta segunda opção funciona muito bem mesmo para os que não têm uma percepção tão visual.

Nas fotos acima tens os dois exemplos diferentes com as duas rodas diferentes; uma com 12 áreas e união de pontos e na outra tens as 8 áreas com uma classificação igual em todas de 5 pontos e pintura da zona de cada área. Neste último caso, apesar do grau de satisfação ser apenas médio (nota 5), podemos ver aqui o equilíbrio de todas as áreas, algo bem difícil de alcançar visto que quando estamos melhor numa ou outra, alguma sairá mais sacrificada.

Já no primeiro caso consegues perceber o desequilíbrio que por ali vai!

Agora olha para a tua roda. Está equilibrada ou achas que existem alguns pontos sobre os quais deverás dedicar a tua atenção?

Qual a área que precisa de mais atenção? Será aquela em que estás mais insatisfeito? Ou nem por isso?

Agora chegou a hora da verdade, a hora em que tens de escolher qual a área em que te vais concentrar no próximo período de 1 ou 2 meses. Olha com atenção o resultado e deverás decidir por 1 ou, no máximo 2, áreas para trabalhar e desenvolver no próximo mês. Não queiras ser o super-herói, encara a realidade; isso não existe.

Não podes estar a agir em todas as frentes ao mesmo tempo, nem apagar todos os fogos em simultâneo. Se achas que a tua vida não está a correr bem em quase todas as áreas, pergunta-te em primeiro lugar se não estarás a ser demasiado exigente contigo próprio. Depois escolhe; de qualquer maneira não conseguirás intervir e procurar melhorias em todas elas ao mesmo tempo!

Presta atenção que, nem sempre a área em que tiveste uma classificação menor é aquela em que te interessa actuar no imediato. Podes preterir uma em relação a outra ou podes mesmo estar consciente de que não tens as condições necessárias para melhorar a que desejarias, o que terá de aguardar para a próxima avaliação. Por vezes nem sequer podes fazer nada para mudar uma área que esteja menos bem e se calhar o melhor mesmo é esperar, analisar e ver qual a melhor altura e condições para trabalhar nessa área.

Mas acima de tudo, lembra-te que o foco é importante nesta área. Não podes pretender melhorar todas as diferentes áreas da tua vida ao mesmo tempo quando disparas para todos os lados e te dispersas em diversos assuntos tão variados. Concentração e foco são meio caminho andado para o sucesso.

Pensa com atenção e carinho nas cores com que queres pintar a tua vida.

Depois de escolheres as duas áreas em que vais actuar escreve de uma forma bem clara o que pretendes alcançar nessa área. Sê objectivo e define metas S.M.A.R.T. (Specific, Measurable, Attainable, Relevant e Time Based) ou seja; específicas, mensuráveis, atingíveis, relevantes e temporais.

Escreve exactamente aquilo que queres atingir nos próximos 3 ou 6 meses que te levarão a aumentar o grau de satisfação naquela área específica.

As tuas metas deverão ser de acordo com o período de intervalo que determinas entre cada avaliação. Podes escolher fazer uma avaliação de satisfação a cada 30 dias ou a cada 6 meses. Então, as metas a atingir deverão ter como horizonte temporal este período.
Liberta-te!
Escreve tudo o que te vier à mente como sendo actividades a executar procurando atingir os resultados desenhados nos teus objectivos, projectos ou metas! Aqui é altura de esvaziar e listar. Depois deverás escolher aquelas que se adequam à tua situação actual, às condições que dispões e acima de tudo, só poderás considerar como válido aquilo que depende de ti. Não podes listar como meta algo que não está nas tuas mãos.

Um alerta final; não te limites às áreas que tiveres uma avaliação de satisfação mais baixa! Por vezes a área em que te queres dedicar no próximo período até pode ser uma em que tenhas tido uma classificação de 8 e 9! Só é preciso que a tenhas como prioridade na tua vida! Mesmo que estejas satisfeito com o que tens, nada te impede de querer mais, e sobre isto não aceites qualquer crítica de ninguém; és tu que comandas o barco da tua vida.

E não te esqueças que deverás pegar novamente na Roda da Vida, dentro de pouco tempo (2 meses talvez), ou quando a vida dá uma cambalhota qualquer, alguém te tira o tapete ou um imprevisto se abate sobre ti. Estas são boas alturas para utilizar esta ferramenta poderosa.

Como resume, vê só o que descobriste hoje:

  • Sabes onde estás – classificação da satisfação
  • Escolheste para onde queres ir – estabelecer metas
  • Definiste qual o caminho a seguir – actividades a realizar para alcançar as metas

Agora só precisas de uma coisa: AGIR.

Põe a roda em movimento e mete-te ao caminho!
roda